1 de dezembro de 2024
Necronomicon - Donald Tyson


Na primeira vez que li o Necronomicon, de Donald Tyson, meu conhecimento sobre os Mitos de Cthulhu era nulo. Foi em um dia de 2006, eu era um adolescente daqueles meio góticos (roupas pretas, lápis de olho, adereços de correntes, caveiras, pentagramas, enfim… quem nunca teve uma época trevosa, não é mesmo?). Estávamos passeando em família num shopping aqui de São Paulo, passando em frente à livraria Saraiva. Nunca fui de pedir coisas para meus pais, mas naquele dia enchi muito o saco para que eles me comprassem o livro.

Chegando em casa, eu me fechei no quarto e iniciei a leitura que levou cerca de um mês para acabar. Li sem pressa, com a solenidade de quem lê algo importante, estudando os supremos ensinamentos contidos em um grimório secreto. Sim, naquela época era comum adolescentes serem meio ridículos desse jeito. Mas o fato é que gostei muito do texto de Donald Tyson, e hoje, relendo o Necronomicon e somando seu texto aos contos do escritor de horror H. P. Lovecraft os quais serviram de inspiração para o livro, reconheço a genialidade de Tyson ao produzir essa obra.


O Necronomicon de Donald Tyson (publicado em 2004) dialoga o tempo inteiro com os Mitos de Cthulhu e todo o universo de horror cósmico que Lovecraft desenvolveu em seus contos no decorrer de sua vida (1890-1937). A começar pela intenção inicial de Tyson ao escrever este livro. Acontece que nos contos de Lovecraft (como Horror em Dunwich, por exemplo) várias vezes aparece descrito um manuscrito misterioso cujo conteúdo é proibido, pois a maioria das pessoas que tiveram contato com ele simplesmente surtou por causa de seu teor sinistro.


Esse manuscrito, escrito pelo personagem Abdul Alhazred, chama-se Necronomicon (ou Al Azif, na língua original árabe). Apesar de ter citado este manuscrito fictício muitas vezes em seus contos, Lovecraft nunca chegou a escrever algo mais detalhado sobre ele, jamais revelou seu conteúdo oficialmente. Sendo assim, quase um século depois, essa foi a motivação do autor Donald Tyson a inventar tal conteúdo. Então surgiu de fato Necronomicon.

Para "dar vida" a essa obra, Tyson engoliu no mínimo a obra completa de Lovecraft, levantando cada detalhezinho para compor seu texto. O Necronomicon de Donald Tyson não é uma narrativa, mas sim uma espécie de guia escrito pelo velho Abdul Alhazred, dedicado a documentar todas as peregrinações que fizera no decorrer de sua vida na Península Arábica.

No decorrer do guia nós, leitores, "aprendemos" sobre diversos métodos de Necromancia (fazer magia com cadáveres); sobrevivência no deserto; conhecemos lugares escondidos como cidades secretas; descobrimos os meios de nos conectar aos deuses cósmicos lovecraftianos, tais como Cthulhu, Yog-Sothoth, Nyarlathotep entre outros; aprendemos a identificar pessoas que também os cultuam, localizar os monstros, filhos desses deuses cósmicos, que ainda existem na terra, e mais um monte de maluquices desse tipo.

Se você gosta de histórias de terror com espíritos, demônios, coisas mórbidas e escabrosas, o Necronomicon de Donald Tyson é para você! São trezentas páginas de um texto muito bem construído/traduzido, fazendo diversos paralelos com cada informação descrita sobre o Necronomicon dos contos de Lovecraft. Além disso, a arte na diagramação também é muito bonita e meio sinistra. Por conta de tudo isso e mais um pouco, esse é um dos meus livros favoritos e super recomendo a leitura, especialmente se você gosta ou tem curiosidade em conhecer a mitologia lovecraftiana.


Por Samuel de Andrade

8 de outubro de 2024
Tirando as teias de aranha daqui...


       
 
       Pois é, três anos sem escrever por aqui, mas isso não significa que parei de ler ou de escrever durante esse tempo. Na verdade, tenho um caderno de 10 matérias recheado de resenhas, críticas e dicas, então, porque não as trouxe para cá? Não sei. Preguiça? Falta de tempo? Falta de motivação.
       Durante esses três anos a minha vida mudou muito. Casei, mudei de emprego, voltei a estudar, mudei o foco da minha carreira docente, tive alguns problemas de saúde física e mental... Foram tantas mudanças que, sinceramente, o blog foi ficando para trás. Também preciso admitir que o Instagram tornou-se uma plataforma mais atrativa com seus textos curtos, objetivos e suas fotos impactantes.
         Acaba que me acostumei a escrever menos e fotografar mais, apesar de que no momento, fazendo uma segunda graduação e duas pós, não tenho tido muito tempo para fotografar nada. Deixando as amarguras de lado, como escrito no título, esta é uma postagem para tirar as teias de aranha desse lugar que me é tão querido e me fez companhia desde a adolescência (obviamente os posts dessa época foram privados por motivo de vergonha alheia.), até porque o Samuel (vulgo, meu marido) está cheio de textos legais para compartilhar por aqui e disse que não faria até que eu escrevesse algo, então, está aqui.
        Declaro aberta a temporada de postagens de Halloween do blog Livre Lendo e espero mesmo que dessa vez a gente consiga voltar a manter a frequência de postagens depois do mês de outubro. É isso. Se alguém estiver lendo esse post, deixa um alô nos comentários porque ajuda a aumentar o moral de quem escreve. Um beijo!




30 de outubro de 2021
A filha da feiticeira, de Paula Brackston

 



    Desde a época de seu lançamento em 2008, A filha da feiticeira já despertava muito minha curiosidade, por motivos óbvios... O tempo foi passando e acabei deixando para trás essa obra de Paula Brackston. Esse ano, porém, decidi lê-la e até que minhas altas expectativas não foram totalmente frustradas.
    Em A filha da feiticeira, acompanhamos a triste e desoladora trajetória de Elizabeth Hawksmith, uma mulher fadada ao isolamento da imortalidade e perseguida por um bruxo das trevas, Gideon Masters. Obcecado por ela, ele não mede esforços para encontrá-la, usando de muita crueldade para isso... 
    O momento em que conhecemos Elizabeth é no presente da narrativa, 2007. Mais uma vez, ela está mudando para uma nova casa, uma nova vida. Mas sempre com medo de seu terrível perseguidor. Na nova cidade, ela conhece uma adolescente negligenciada pela mãe e carente de atenção. 
    Apesar de muito reservada, ela apega-se a moça, Tegan, e começa a ensinar-lhe a "Arte", contanto, antes disso, sua própria história disfarçada de "experiências de antepassadas". É assim que Paula Brackston brilhantemente mescla a narrativa de Bess (um dos apelidos da protagonista) com eventos históricos, evidenciando uma extensa pesquisa anterior à construção de A filha da feiticeira
    Bess foi uma jovem camponesa lançada ao infortúnio de ver seu pai e irmãos padecerem por causa da Peste Bubônica; e sua mãe ser enforcada, sob acusações (verdadeiras) de bruxaria, algo marcante na existência da jovem. Isso, pois,  sua mãe tornou-se bruxa ao aliar-se a Gideon Masters a fim de salvar a filha do destino dos demais familiares. Bess realmente sobrevive, porém, o preço a pagar é muito alto... 
    Sempre fugindo, Elisa atravessa eras pulando de cidade em cidade, tentando ajudar as pessoas, salvar vidas com o poder que pagou caro para receber. Ela testemunha os assassinatos de Jack, o estripador; Participa da 1ª Gerra Mundial, ajuda muitos, entretanto, o rastro de sangue e morte causados por seu algoz sempre a acompanha. 
    Não posso negar: a escrita de Paula Brackston é bem envolvente. Terminei a leitura de A filha da feiticeira em apenas três dias! Contudo, algumas ressalvas precisam ser consideradas na consideradas na construção da narrativa: 

1. O título do livro; 
2. Por que Bess não fugiu para outros países? 
3. Por que ela continua usando sempre o mesmo nome? 
4. De onde vem seu poder? 
5. Por que sua mãe, mesmo sabendo que Gideon não prestava, a condenou a viver presa a ele? 
6. Por que, mesmo sentindo estar em perigo, Bess nunca elaborou um plano para antecipar-se a Gideon e destruí-lo? 

    Infelizmente, A filha da feiticeira não possui continuações, logo, esses questionamentos pairam no ar. Ainda assim, gostei muito da experiência e gostaria de ler mais dessa autora. 

23 de outubro de 2021
Eu, Tituba Bruxa negra de Salém, de Maryse Condé

 



Desde o ano passado, meu interesse por magia e bruxaria tem aumentado bastante. Além de livros teóricos que adquirimos e estamos lendo aos poucos, também estou lendo romances sobre o assunto e um dos mais interessantes de todos até agora é Eu, Tituba Bruxa negra de Salém, da autora Maryse Condé. Detalhe: quero ler tudo o que essa mulher maravilhosa já escreveu! 

Com certeza, em algum momento de sua vida, você ouviu falar a respeito de As bruxas de Salém. Episódio de histeria coletiva ocorrido na aldeia homônima, em 1692, o qual resultou em 19 pessoas condenadas por bruxaria. A única sobrevivente desse horror foi a primeira acusada, uma mulher caribenha escravizada, cujo nome era Tituba
Em Eu, Tituba Bruxa negra de Salém, Maryse Condé nos brinda com uma narrativa poética e pungente, tentando preencher as lacunas a cerca da vida pregressa de Tituba e o que houve com ela depois de Salém. Isso porque por tratar-se de uma mulher negra escravizada, ninguém se importou em registrar sua história, origem e paradeiro. Aqui entra a magistral pesquisa e criatividade de Maryse Condé ao criar uma narrativa coesa e quase factual sobre a vida dessa mulher. 
Eu, Tituba Bruxa negra de Salém já começa com um soco no estômago: a concepção da personagem acontece através de um abuso que sua mãe, Abena, uma jovem princesa do povo Axanti, sofreu durante a viagem da África até Barbados, onde seria escrava de um fazendeiro. Ao nascer, Tituba descobre um amargor na vida, pois sua mãe a rejeita e a menina a perde muito cedo de uma forma bem trágica e desoladora. 
Aos sete anos, a jovem conhece uma bruxa nagô que lhe ensina tudo o que sabe sobre a natureza e o contato com os mortos ou "invisíveis". Mas este relacionamento também não dura muito tempo no plano físico, ficando Tituba apenas com a presença invisível de seus entes queridos para confortá-la e orientá-la em sua triste jornada de mulher negra escravizada. 
Escravizada não apenas por sua cor ou condição de mulher, mas também por seu desejo. O desejo de ter consigo John Indien a faz cometer diversos erros que a levam a servir Samuel Parris na aldeia de Salém. Lá, indo contra todos os avisos dos invisíveis e até mesmo de seu imprudente marido, Tituba cria uma relação de amizade e carinho pela filha e pela esposa de Parris, sendo esta a sua ruína. 
A partir desse ponto, Maryse Condé reconta "do ponto de vista de Tituba" os acontecimentos de Salém, mostrando-nos em detalhes todo o sofrimento que nossa protagonista poderia ter enfrentado durante sua prisão, tortura e absolvição. Como já era de se esperar, ela não será libertada, e sim escravizada novamente, até, por fim, retornar a Barbados e encontrar, mais uma vez, uma triste realidade... 
Eu, Tituba Bruxa negra de Salém nos mostra a trajetória ficcional de uma personagem histórica que facilmente poderia ser verídica. Infelizmente, sua vida foi cheia de desventuras e muita tristeza. Ainda assim, por mais agridoce que seja seu desfecho, Maryse Condé nos dá uma gotinha de esperança em seu livro. 







16 de outubro de 2021
Bruxaria, de Nancy Holder e Debbie Viguié


    Sim, estamos fazendo um mê de outubro bem temático tendo como foco as bruxas! Aproveitando que estava nessa vibe, primeiro, li Da Magia à Sedução, uma história interessante e cheia de saudosismo. Depois, adentrei o campo da literatura teen e agora venho mostrar minhas impressões sobre o livro Bruxaria, das autoras Nancy Holder e Debbie Viguié

    Bruxaria narra a conturbada trajetória de Holly Carthers, uma garota no último ano escolar que tinha uma vida bem comum, mas durante as férias de verão perde os pais e a melhor amiga em um trágico e inexplicável acidente. 

    Depois disso, a jovem decide ficar com a mãe de sua melhor amiga, contudo, a mulher é acometida por um mal súbito e também inexplicável, ficando em coma. Sem outras alternativas, a garota precisa ficar com a tia, até então desconhecida, Marie Claire, e se muda de São Francisco para Seattle. 

    Nossa protagonista acredita serem todas essas desventuras mera obra do acaso, mas, nós, leitores, sabemos que o amante de Marie Claire, Michael Deveraux é um bruxo e quer matar todas as mulheres da família Carthers, em especial, Holly, pois esta é detentora do poder ancestral de seu sangue. 

    Nancy Holder e Debbie Viguié intercalam momentos do passado, nos quais vemos uma profecia surgir da união das "confrarias" inimigas Deveraux e Cahors; com o presente, no qual Holly e suas primas precisam desvendar os mistérios ao redor de sua família e dos homens que as cercam. Obviamente, como não poderia faltar em uma narrativa teen, há um romance, almas gêmeas e toda a papagaiada que já típica. 


Agora, vamos às polêmicas!




    Já no prefácio, Nancy Holder e Debbie Viguié pedem desculpas por deturpar símbolos do paganismo justificando que se não o fizessem o livro Bruxaria não existiria. A questão é que essa narrativa não deveria ter sido publicada mesmo! Isso porque trata-se de um desserviço às religiões pagãs ou neo-pagãs. 
    Nancy Holder e Debbie Viguié trazem pontos de vista extremamente equivocados e preconceituosos a cerca de simbologias do paganismo. É ultrajante ler as referências à "magia negra" feitas pelos Deveraux que cultuam o Homem Verde e o deus Cernnunos
    As autoras afirmam terem feito uma extensa pesquisa antes de escreverem Bruxaria. É perceptível, porém, que as fontes, se existem mesmo, não são nada confiáveis. O que lemos nesse livro, capítulo após capítulo é uma chuva desagradável de preconceito cristão contra o paganismo, algo deveras perigoso, visto que Bruxaria é um livro voltado para o público jovem, logo, tem grandes chances de incutir em seus leitores inexperientes uma semente de intolerância por algo que provavelmente eles desconhecem. 
    Se ainda for preciso afirmar, não gostei dessa leitura. O estilo das autoras é até interessante, mas é impossível corroborar com toda essa sucessão de equívocos. Nem preciso dizer que a capa, bem como o título são chamativos e despertam a curiosidade, todavia, já aviso: não valem a pena. 



12 de outubro de 2021
5 Animações com a "cara" do Halloween

 


Hoje é dia 12 de outubro, Dia das Crianças e nada melhor para comemorar essa data do que falar de uns desenhos um pouco macabros que assistia na infância. Se você foi criança entre o final dos anos 90 e começo dos anos 2000, como eu, com certeza conhece esses aqui também! 



O primeiríssimo não podia deixar de ser Coragem, o cão covarde. Gente, confesso que tinha muito medo desse desenho, e mesmo assim não perdia um episódio! Qual era o seu favorito? 



Eu não lembro se Mona, a vampiro passava na Band ou na Rede Tv, só sei que meus sábados de manhã não eram completos sem assistir a uma das aventuras malucas da turma de Mona. 



O Segredo além do jardim é o único nessa lista que conheci depois de adulta. Adoro esse desenho! Você consegue assisti-lo completo pelo Youtube. Já perdi as contas de quantas vezes acompanhei a história bizarra dos protagonistas perdidos em um mundo que mais parece um purgatório. Vale a pena assistir! Tem muitas referências à A Divina Comédia e a música de abertura também é muito boa! 



Agora, uma lista de animações com a cara do Halloween não pode deixar de fora Scooby-Doo, né! Trouxe para vocês dois filmes da Mistérios s.a. que vão maravilhosos e fáceis de encontrar pelas interwebs: Scooby-Doo e a escola assombrada e Scooby-Doo e o fantasma da bruxa. Sério, gente, essas produções são muito legais e trazem um saudosismo quentinho para o coração, sabe? 





Então é isso. Desejo a todos vocês um feliz dia das crianças, afinal, todos temos uma criança interior e ela precisa ser celebrada com o melhor! =D






9 de outubro de 2021
Da Magia à Sedução, de Alice Hoffman

 

    Os anos 90 foram recheados de magia e fantasia com maior ou menor grau de sedução... Tais como Jovens bruxas, As Crônicas Vampirescas e Da Magia à Sedução, de Alice Hoffman. Este último fez grande sucesso na época, ganhando uma adaptação estrelada por Sandra Bullock e Nicole Kidman

    Em Da Magia à Sedução, de Alice Hoffman seguimos a trajetória de duas irmãs órfãs: Sally e Gillian Owen. As meninas ainda muito pequenas perderam os pais em um acidente absurdo. Por causa disso são enviadas para as únicas parentes vivas: as gêmeas de meia idade Bridget e Frances, irmãs mais velhas de seu pai.  

    Ao chegarem em Massachusetts, onde fica a antiga casa da família, as meninas encontram uma realidade bem diferente. As tias não estão preocupadas com sua educação, todos na cidade parecem temê-las, ao mesmo tempo que mulheres desesperadas batem à porta pedindo por ajuda... 



    É sabido na cidade que as mulheres Owen são bruxas. Elas herdaram seus poderes de sua matriarca, Maria Owen, uma imigrante escocesa que, ao ser enganada pelo homem que pensava ser o grande amor de sua vida, lança uma maldição em todos os seus descendentes para protegê-los de falsos amores. 

    Por terem presenciado alguns feitiços das tias e não tendo idade para entender nada daquilo, Sally e Gillian prometem jamais se apaixonarem por ninguém. O tempo passa, contudo, Gillian torna-se a jovem mais bela e irresponsável da cidade, abandona tudo para casar e larga o marido pouco depois, tudo isso antes dos vinte e um anos. Enquanto isso, Sally é o próprio arquétipo do signo de Virgem: organizada, neurótica com limpeza, focada e preocupada com o bem estar de todos, mas sempre esquecendo-se de si mesma. 

    Por anos ela mantêm-se firme em sua promessa de nunca se apaixonar. É quando encontra um homem encantador. Eles casam, têm duas filhas e ele morre tragicamente logo depois... Importante ressaltar que após o casamento Sally consegue ter uma vida quase "normal", pois durante toda a sua infância e adolescência foi marcada pelo estigma de ser uma Owen, sofrendo com a repulsa das pessoas. Ao perder o marido, ela decide não permitir que a maldição alcance suas filhas e se muda para Nova Iorque. 

    Mais uma vez, o tempo passa e agora as meninas Kylie e Antônia já são adolescentes. Sally conseguiu tudo o que queria: um emprego estável, uma bela casa com uma vizinhança agradável, horários fixos, regras estabelecidas e cumpridas, enfim, a vida é boa. 

    Infelizmente, em uma noite de verão, ela recebe a visita de sua irmã, a qual não via desde a fuga. Sally estranha a visita, mas logo descobre que a irmã mais nova está bem encrencada. Gillian matou o namorado abusivo e precisa livrar-se do corpo. A irmã mais velha, então, sedenta por mostrar-se útil e superior, decide enterrá-lo no jardim. Elas só não imaginavam que morto, o namorado sociopata de Gillian seria muito mais perigoso... 



    Da Magia à Sedução começa com um ritmo lento, mas progride pouco a pouco até que o leitor já está muito envolvido com os dramas das mulheres Owens. Alice Hoffman é uma ótima contadora de histórias. Consegue nos manter interessados em uma narrativa cujo conflito principal começa bem próximo de seu fim! 

    Em Da Magia à Sedução as mulheres brilham e têm um verdadeiro protagonismo, sem precisarem "apoiar-se" em um homem. Eles estão presentes na trama apenas como meros coadjuvantes. Já gostava do filme e gostei ainda mais de conhecer o texto original. Essa é com certeza uma ótima história de bruxas!