27 de maio de 2025
O LABIRINTO DO FAUNO

 


        Assisti a O labirinto do fauno na infância e foi uma experiência impactante, mágica e um pouco assustadora, mas ler essa história com o estilo incrível de Cornelia Funke tornou o que já era bom, em algo ainda melhor. 

    Ao final de O labirinto do Fauno, Cornelia Funke nos diz ser fã da obra de Guilhermo Del Toro e que, ao ser convidada por ele para transformar o roteiro cinematográfico em um romance, ficou apreensiva por não saber como reverenciar a obra e dar-lhe algo além de uma mera réplica de roteiro original.

    Para resolver esse dilema, Cornelia Funke assistiu ao filme dezenas de vezes, não lendo o roteiro, a fim de captar e descrever em seu livro a essência das personagens apenas através da interpretação dos atores. Assim, ela trouxe também o passado de Ofélia, sua mãe, Vidal e Mercedes para O labirinto do fauno, além de criar alguns contos de fadas inéditos utilizando elementos simbólicos que apareceram no filme. 

    Revemos a história de Ofélia por meio de uma escrita delicada, típica de Cornelia Funke, seu desespero ao chegar ao moinho e conviver com Vidal, além de suas três provações para retornar ao Reino Subterrâneo, tudo descrito de forma poética e sempre deixando a ambiguidade que os contos de fadas modernos suscitam: seria real a ida de Ofélia ao reino mágico, ou apensas alucinações de uma mente infantil de imaginação fértil e perturbada pela dor e pelo abandono? Sinceramente, eu espero que seja primeira. A mensagem construída em O labirinto do fauno é agridoce, mesmo assim, o destino de Ofélia acaba trazendo um pequeno sopro de esperança que seria triste demais se não fosse real. 

    Outro ponto que deve ser ressaltado é o trabalho belíssimo da edição da editora Intrínseca. O acabamento em capa dura, relevo, as ilustrações ao longo do livro e a paleta de cores conseguem evocar também a aura mágica e ao mesmo tempo sombria de O labirinto do fauno

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