3 de junho de 2025
CAROL,

 ou o preço do sal




        O primeiro contato que tive com a escrita de Patricia Highsmith foi com a coletânea de contos O livro das feras para amantes de animais, há uma década atrás. Lembro-me de ter gostado muito do estilo narrativo da autora, mas Carol, ou o preço do sal foi a obra que me fez realmente querer ler tudo o que ela escreveu. 
        No posfácio da edição, Patricia Highsmith explica como Carol, ou o preço do sal surgiu em sua mente: tal como sua protagonista, Therese, ela também era uma jovem artista (já havia publicado seu primeiro romance) em dificuldades financeiras, por isso aceitou um emprego temporário, durante a época das festividades de final de ano, em uma grande loja de departamentos em Nova Iorque. Lá, ela atende uma senhora muito elegante, inspiração para a personagem Carol, por quem a protagonista de apaixona. 
        A partir desse momento, Patricia Highsmith surpreende a todos trazendo, na década de 1950, um enredo no qual duas mulheres se amam apaixonadamente, enquanto fazem, sozinhas, uma viagem de carro pelos E.U.A na qual além de aprofundarem a relação, terão de fugir de um perseguidor e dos preconceitos de uma sociedade machista e homofóbica. 
      Carol, ou o preço do sal, já no título, traz muito bem o sarcasmo da autora. Não quero dar spoilers sobre o final, só posso garantir que esta é uma narrativa com uma conclusão satisfatória e, por isso mesmo, foi negada por diversos editores. Nunca mais Patricia Highsmith escreveu algo nesse gênero, ela se fixou mesmo no suspense, contudo, sem sombra de dúvidas, você precisa ler Carol, ou o preço do sal e descobrir como essas mulheres abandonam suas vidas insossas e controladas pelo patriarcado para viver uma sua história de amor. 

PS.: não entendo mesmo porque na capa da edição que li eles colocam "o romance que inspirou Lolita de Nabokov", Carol não é uma pedófila nojenta, ela e Therese não têm uma dinâmica tóxica e abusiva, a única semelhança entre as duas obras é a road trip, SOMENTE ISSO.

Um comentário:

  1. Oi Andréa, tudo bem?
    Bem importante o seu P.S. porque pode realmente afastar alguns leitores a comparação, já que Lolita é bem problemático. Gostei da indicação e fiquei curiosa pela história. Não é tão comum ver bons romances que abordem o amor lésbico.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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