7 de janeiro de 2025
Anne de Green Gables


        Eu sou completamente apaixonada pela série Anne with an E e fiquei muito decepcionada com o cancelamento dela. Meus lamentos foram tantos que o Samu comprou os cinco primeiros livros da série escrita pela autora Lucy Maud Montgomery, lançados aqui no Brasil pela querida editora Pedrazul  e é óbvio que eu já devorei todos eles e pretendo comprar os demais cinco ainda esse ano. 

        Anne de Green Gables começa com a decisão dos irmãos reclusos e "solteirões", Mathew e Marilla Cuthbert de "adotar" um menino para ajudá-los nas tarefas de sua fazenda, mas ao chegar na estação para buscar a criança, Mathew encontra uma menina de 11 anos, cabelos ruivos, muitas sardas e uma imaginação esplendida, essa é Anne Shirley, a nossa querida Anne de Green Gables

        O ano é 1876 e a história se passa na paradisíaca Ilha do Príncipe Eduardo, um lugar cheio de natureza, bem cottagecore mesmo, onde Lucy Maud Montgomery escolheu criar a fictícia Avonlea, uma cidade típica de interior: todo mundo se conhece, a grande maioria é avessa a forasteiros e pessoas diferentes, além das personagens arquetípicas como a fofoqueira (Rachel Lindh), os "criadores de caso", como os Pye e, claro, a travessa "cabecinha de vento", Anne. 

        O mais interessante dessa série de livros é que Lucy Maud Montgomery nos propõe acompanhar toda a vida de Anne, da infância até a velhice. Enquanto a série televisiva nos mostrou a vida da jovem até os 16 anos, os livros nos apresentam aos netos dela, e pasmem: as três temporadas de Anne with an E nem chegam ao final de Anne de Green Gables, que termina com o retorno da nossa querida protagonista à casa após completar seu curso de magistério na Queen's Academy

        Por se tratar de uma narrativa escrita no início do século XX e ambientada em 1876, Lucy Maud Montgomery aborda de forma bem amena as consequências das trapalhadas de Anne e em pouco tempo ela se torna querida pela comunidade de Avonlea (salvo pelos Pye, mas ninguém gosta deles também) e motivo de orgulho para todos. É muito divertido acompanhar o crescimento da menina, que chega à Ilha do Príncipe Eduardo esquálida e em farrapos, para depois se tornar um símbolo do que um ambiente saudável e amoroso podem fazer a alguém. 

        Atentar-se à época em que Anne de Green Gables foi escrito e por quem foi escrito é muito importante para compreender a enorme quantidade de "lições de moral" contidas no enredo e a presença tímida de uma semente feminista encontrada nas ações e palavras de Anne e Marilla. Sei que para aqueles desacostumados com a leitura de clássicos do século XIX e começo do XX, e órfãos da série televisiva super conceitual e com diversas pautas sociais importantes sendo abordadas de maneira franca, pode ser estranho ver nossa Anne Shirley em uma versão menos empoderada, contudo, vá em frente e continue a leitura, pois a essência da ruivinha continua lá e, infelizmente, depois de tanto tempo, acredito que Anne with an E não terá mesmo continuação. Outra grande diferença entre as duas obras é que em Anne de Green Gables, Gilbert Blythe é claramente  apaixonado por Anne desde sempre e isso será bem desenvolvido ao longo dos demais volumes. 

        Sobre a edição da Pedrazul, as capas têm artes muito bonitas, o papel é amarelo e as letras de bom tamanho, o que ajuda bastante a vida de nós leitores míopes e astigmatas! Ademais, recebemos muitos marca-páginas junto com a compra, o que amei! 

        A escrita de Lucy Maud Montgomery consegue nos divertir e emocionar na mesma medida. Confesso ter chorado copiosamente durante a leitura do penúltimo capítulo desse livro e toda vez que o momento é mencionado nos demais, as lágrimas já começam a se formar em meus olhos, engraçado como personagens fictícios conseguem suscitar tantos sentimentos na gente! Assim é a nossa ruivinha, que mesmo crescida nunca deixará de ser a querida sonhadora Anne de Green Gables.

        

8 comentários:

  1. Não é a primeira vez que leio sobre essa série e o feedback tem sido mesmo muito bom! Estou curiosa! Assim que conseguir vou tentar ver!

    Bjxxx
    Teresa Isabel Silva
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    1. Tenta sim!! É uma doçura de série! De verdade, Anne foi minha companheira em momentos difíceis.

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  2. Passando para te desejar um bom resto de semana!

    Bjxxx
    Teresa Isabel Silva
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  3. Oii! Nunca li o livro, mas já assisti à série e amei muito!❤ Fiquei também decepcionada também com seu cancelamento.
    Beijos!
    https://deliriosdeumaliteraria.blogspot.com/

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    1. Se ainda estiver se sentindo órfã da série, os livros serão uma ótima companhia!

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  4. Oi! Eu assisti a primeira temporada da série e achei a história encantadora, mas sabendo que nos livros temos algo tão completo, até a velhice da protagonista, pretendo seguir com a história de forma escrita. Bjos!!
    Moonlight Books

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    1. A série é mesmo lindíssima com relação à fotografia, sonoplastia, trilha sonora, é tudo muito lindo. Você fica com vontade de visitar a Ilha do Príncipe Eduardo, tem também algumas pautas sociais interessantes sendo abordadas na série, que não são nos livros, mas, com relação à história da Anne mesmo, os livros são bem mais completos.

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