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Um Conto de Natal foi meu primeiro contato com a escrita de Charles Dickens e eu achei uma experiência legal. Essa história não chegou a me encantar ou despertar em mim o “espírito natalino”, como muita gente diz por aí. Contudo, apesar de alguns pontos que pretendo comentar logo mais, eu gostei bastante do ritmo com que o autor conduziu a narrativa. O conto evolui de maneira constante.
Essa história tem como protagonista um velhinho pão-duro e rabugento chamado Scrooge, um senhor muito bem sucedido financeiramente, mas, por outro lado, vive seus dias solitário. Todavia, ele não se importa com isso, pois na opinião dele qualquer companhia é dispensável, um velho bem misantropo mesmo! Seu costume é distratar todas as pessoas que tentam lhe ser gentis, até mesmo os poucos membros da própria família, porém isso vai mudar na fatídica noite de véspera de Natal em que ele receberá uma visita inesperada.
Desde o início o conto é bem dividido, me parecendo até uma daquelas monografias acadêmicas com introdução, desenvolvimento e conclusão. Sendo assim, a história segue em cinco capítulos: no primeiro (introdução), nosso protagonista se mostra como uma pessoa ranzinza e egocêntrica; os três capítulos seguintes (desenvolvimento) levam Scrooge a repensar seus atos ao se encontrar com três fantasmas que irão levá-lo a uma aventura por lembranças há muito esquecidas; e, por fim, o último capítulo (conclusão) nos mostra as mudanças na atitude dele ao repensar seu jeito de ser no fim da narrativa.
Um ponto interessante que notei em Um Conto de Natal é a Jornada do Herói que nosso protagonista atravessa. De fato, ele passa pelas principais etapas descritas por Joseph Campbell, como o chamado da aventura, a recusa do chamado, o encontro com o mentor, a travessia do limiar e assim por diante. Tudo isso é bem marcado no decorrer do conto, portanto, caso você já tenha estudado o Monomito ou tenha curiosidade de estudá-lo, recomendo muito a leitura desta história do Dickens como exercício para análise.
Apesar de ter gostado da narrativa de um modo geral, tive certo estranhamento com a forma com que os personagens se relacionam. Confesso que me incomodou um pouco algumas atitudes deles em determinadas cenas. Além disso, alguns diálogos, principalmente na parte em que Scrooge assiste à ceia de Natal do sobrinho, ficaram forçados demais para meu gosto. Em todo caso, sempre que leio um autor estrangeiro procuro ter em mente que minha experiência de leitura está sendo intermediada por um tradutor (afinal, não li o original em inglês), portanto evito ao máximo atribuir problemas da escrita unicamente ao autor. Por fim, acho Um Conto de Natal uma boa leitura para essa época do ano!
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