Sempre fui apaixonada pelo gênero fantasia, tanto que os primeiros romances lidos por mim foram Harry Potter e Tristão e Isolda, contudo, fiquei encucada com algo: até então nunca lera um livro desse gênero escrito por um autor ou autora negro ou negra. Ao pesquisar mais encontrei uma lista com alguns títulos bem interessantes e decidi iniciar essas leituras por Filhos de sangue e osso, da autora Tomi Adeyemi.
Algo que já me encantou de cara na escrita de Tomi Adeyemi é o fato de, apesar de trazer uma narração em 1ª pessoa, ela divide o foco narrativo em mais de uma personagem, algo bem fora da curva em se tratando de um young adult. Filhos de sangue e osso inicia apresentado Zélie, uma jovem divinal residente do Reino de Orisha; Sendo estigmatizada socialmente por suas origens, ela tem muito medo de ser afastada de sua família e transformada em escrava.
Os divinais são pessoas negras de cabelos brancos e olhos prateados. Essas características mostram que eles foram abençoados pelos Deuses. Quando completavam 13 anos, os divinais tornavam-se majis e eram enviados a templos específicos dedicados ao Deus que lhe conferiu o dom da cura, ou de controlar fogo, água, ar ou mesmo controlar os mortos. A partir do ponto onde se inicia Filhos de sangue e osso, porém, a magia não existe mais; desapareceu e com isso, o rei de Orisha, Saran, liderou uma grande ofensiva matando todos os majis e transformando seus filhos e filhas em órfãos e escória da sociedade.
Zélie cresce sem mãe e com muito medo do futuro, mas o destino colocará sob sua proteção, Amari, a filha do rei, que descobriu algo horrível: seu pai foi o responsável por "acabar" com a magia, para fazer isso ele roubou três artefatos mágicos usados para realizar um ritual de ligação com os Deuses, agora, um deles está nas mãos de Amari que, junto a Zélie e o irmão dela, Tzaim, pretende trazer a magia de volta ao reino.
Tomi Adeyemi acerta muito nas alegorias criadas em Filhos de sangue e osso. As personagens não são maniqueístas e até o grande vilão possui camadas e seu herdeiro, Inan, também esconde muitos dilemas e segredos. Já vivei fã da escrita dessa autora! E saber que ela teve como uma de suas inspirações o Candomblé baiano é ainda mais incrível! Filhos de sangue e osso foi uma leitura maravilhosa e a recomendo a todos os fãs de fantasia e mitologia.



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