24 de outubro de 2025
O FANTASMA DA ÓPERA



Até esse ano, meu único contato com O Fantasma da Ópera foi através do filme homônimo de 2004. Na época, lembro de ter gostado da adaptação principalmente por causa da atriz Emmy Rossum, a qual eu conhecia pela série Shameless, que eu adorava. Muito tempo passou e acabei comprando a belíssima edição da Editora Pandorga, fiquei muito encantada por ela e resolvi fazer essa leitura, que, infelizmente, não foi tão encantadora quanto seu projeto gráfico… 

Gaston Leroux foi um jornalista e romancista muito famoso em sua época e ele, tal como muitas outras pessoas, ficava intrigado com os diversos acidentes misteriosos ocorridos na opulenta Ópera Garnier e em suas galerias e lagos subterrâneos. Unindo o útil ao agradável, ele publica, então, em 1909, O Fantasma da Ópera, um romance que deve ter sido fascinante, mas não envelheceu nem um pouco bem.

Em O Fantasma da Ópera, acompanhamos, através do próprio Gaston Leroux, como narrador observador, na forma de uma “reportagem”, o misterioso caso do desaparecimento da soprano Christine Daaé e algumas mortes inexplicáveis que ocorreram na mesma noite. 

O narrador começa nos mostrando que os diretores anteriores da ópera se aposentaram e novos assumiram seu lugar, contudo, eles só sabiam sobre a existência de uma figura excêntrica: O Fantasma da Ópera, alguém que domina verdadeiramente o local; todos o temiam e, inclusive, os diretores anteriores lhe pagavam um salário e reservavam-lhe um camarote inclusive para assistir a todas as apresentações, mas por que isso, você se pergunta?  Porque se não o fizessem o “fantasma”, conhecedor de todas as passagens secretas e subterrâneas do teatro, poderia sabotar as produções e causar acidentes fatais… Os novos diretores não acreditam nisso e muitos crimes acabam decorrendo dessa descrença… 

Depois de saber desse cenário, conhecemos nossa protagonista, Christine Daaé, uma jovem bailarina, aspirante a cantora que guarda um grande segredo: ela tem aulas de canto com uma figura misteriosa que ela chama de seu “Anjo da Música”, posteriormente, de forma bem ruim, ela descobre ser este O Fantasma da Ópera que, para piorar, fica completamente obcecado por ela. Além disso, em sua grande estreia como “prima donna”, a jovem reencontra um antigo amigo, o visconde Raoul de Chagny, o qual também é obcecado por ela e muito, muito ciumento e controlador. Enfim, Christine está presa a um triângulo amoroso terrível, até porque essas duas figuras masculinas opressoras vão se digladiar pelo “amor” da moça, ocasionando algumas tragédias. 

Como deixei transparecer desde o começo, não gostei nem um pouco de O Fantasma da Ópera. A narrativa de Leroux é bem enfadonha; Ele traz muitas descrições, para mim, desinteressantes, sobre a arquitetura da Ópera Garnier, sobre os “sentimentos” de Raoul por Christine, e toda a lenga-lenga dos novos diretores que não acreditam no fantasma. Foi muito pedante ler essa obra, gente, sério. A edição da Pandorga é linda, deslumbrante mesmo! As ilustrações, o projeto editorial, tudo é muito bonito, meu problema mesmo foi com a história que não me agradou em nada. O modo como o fantasma e Raoul tratam Christine é horrível. Ela é uma moça super talentosa, desimpedida, que poderia brilhar como cantora, mas é sempre lançada para trás por um dos dois. É ridículo. Tenho muita experiência com a leitura de clássicos e gosto muito da grande maioria daqueles que li, contudo, esse não me agradou em nada e não consigo recomendá-lo a ninguém.



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