22 de julho de 2025
AS BRUMAS DE AVALON - LIVRO 1

 A senhora da magia



    Após nove anos... desde a publicação do post no qual decidi ler todos os livros antecessores à As Brumas de Avalon, finalmente, iniciei a leitura da saga que consagrou Marion Zimmer Bradley e ditou tendências na cultura pop. A senhora da magia, nosso primeiro romance, já começa de forma arrebatadora e muito nostálgica para mim, pois o li pela primeira vez na adolescência. 
Nesse volume, a narrativa inicia com a fala de Morgana, já madura e conhecedora do triste fim daqueles que amou. Logo depois, a história passa a ser narrada em 3ª pessoa, nos transportando para um período anterior à Idade Média. 
    No crepúsculo das religiões pagãs, a senhora governante da ilha mística de Avalon, auxiliada pelo Merlim, líder dos druidas, decide lutar com todas as suas forças contra a destruição de sua cultura e tradições. Mas, para isso, ela, Viviane, passará por cima de vários membros de sua família, não se importando em despedaçar seus corações em prol do "bem maior". Esta é  A senhora da magia
    Assim, vemos toda a trama se desenrolar para que Igraine, uma das irmãs mais novas de Viviane, casada com o duque da Cornualha e mãe de Morgana, tenha um filho de Uther Pendragon, o favorito ao posto de "grande rei". Igraine, contudo, não concorda em tornar-se um mero joguete e reluta muito em aceitar o plano. Os "desígnios da Deusa", porém, são misteriosos e os planos de Viviane se concretizam. 
    Por ter muitos inimigos, Uther decide deixar seu herdeiro, o pequeno Arthur, aos cuidados de um vassalo de confiança, enquanto Morgana é mandada para Avalon, a fim de tornar-se herdeira de Viviane. Esse seria o enlace perfeito: Arthur como o grande rei, tendo o sangue dos antigos e Morgana como A senhora da magia. A grande questão aqui é saber se tudo isso é mesmo a vontade da grande Deusa, ou de Viviane. 
    Vemos o início da narrativa focar-se em Igraine para, posteriormente, acompanhar Morgana, mostrando seus pensamentos, sentimentos e rotina na ilha mágica de Avalon. A relação da jovem com sua tia floresce tendo sempre uma leve sombra de rancor ou mesmo incompreensão que serão brutalmente inflamados após a concretização do plano de Viviane. 


    Descobrimos que, na verdade, A senhora da magia queria uma nova geração, uma nova criança com o sangue real de Avalon, por parte dos dois pais... para isso ela induz Arthur e Morgana a cometerem incesto sem terem conhecimento disso, algo bem traumatizante para ambos. Viviane age de forma calculada, quase como se estivesse em um jogo de xadrez, embora, seus movimentos tenham resultados inesperados e nada agradáveis....
    Além disso A senhora da magia, nos mostra um panorama político da Bretanha da época entremeado à fantasia. Vemos como os romanos, cristãos, saxões e outros invasores arrasaram essas ilhas tentando sempre aculturar e subjugar o povo nativo. Para Viviane, os piores deles são os cristãos, pois estes cercearam completamente a liberdade e o poder do sagrado feminino, reduzindo-o a algo sujo, profano e pecaminoso. 
    É muito revoltante ver como as mulheres apesar de fortes e bem resolvidas são sempre questionadas e delegadas a uma posição de louca ou feiticeira, Deusa não mais... Se você se interessa pelo Ciclo Arthuriano, pelo Sagrado Feminino e pelo ponto de vista das mulheres que moldaram essa história com suas escolhas e ações, com certeza, lerá A senhora da magia tão rápido e de forma tão ávisa quando eu fiz nessa releitura. 

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