8 de abril de 2025
O ÚLTIMO VOO DAS BORBOLETAS

 


[...] " Em algum lugar da nossa alma, sabemos que não suportamos mais uma separação como essa. Por isso, não somos boas com despedidas. Preferimos deixar as coisas sem um ponto final." [...] p 31. 


      Sempre acompanho as publicações do canal/editora Pipoca & Nanquim e logo que assisti ao vídeo sobre O último voo das borboletas e Luz que fenece não perdi tempo, nem tive dúvidas: comprei ambas as hqs na pré-venda. Mas como vocês já sabem... Só realizei as leituras recentemente! hahahahaha

    Quando li O último voo das borboletas pela primeira vez eu não morava mais com meus pais. O Samu e eu alugávamos uma casinha de 20 m² e não tínhamos espaço para alocar todos os nossos livros, por isso, o mangá de Kan Takahama foi um de meus companheiros nessa primeira saga da vida adulta. 

     No vídeo, os meninos do Pipoca & Nanquim avisaram ser esta uma obra bem triste, no entanto, não dei ouvidos e embarquei na leitura de forma bem impetuosa, o que me obrigou a lê-lo mais vezes para captar de fato sua essência. 

    O último voo das borboletas narra uma história trágica, e bem poderia ter acontecido na realidade: nas primeiras páginas vemos um menino e uma menina brincando enquanto dois adultos fazem uma transação comercial; logo depois, conhecemos a bela tayu (prostituta de luxo) Kichou, no bairro de diversão de Maruyama, em Nagasaki. No decorrer da narrativa descobrimos que Kichou é a prostituta mais bem paga e cobiçada de toda a cidade. 

    Além disso, conhecemos um pouco do contexto histórico do Japão durante a segunda metade do século XIX, momento no qual o governo abriu seus portos para os estrangeiros, contudo, tal atitude dividiu opiniões e muitos japoneses relutavam em aceitar essa mudança. Kichou não é uma dessas pessoas e mantém um relacionamento com um médico holandês que está ensinando medicina ocidental a um jovem japonês. Esse garoto, Kenzo, odeia Kichou e credita a ela todos os infortúnios de sua família. 

     Como dito antes, o mangá de Kan Takahama é muito triste. Principalmente quando compreendemos o drama vivido por Kichou e seu desfecho trágico. Muito mais do que um mangá com insinuação erótica, O último voo das borboletas nos mostra com um belíssimo traço e uma narração delicada, um recorte da história japonesa nem um pouco digno e bastante desesperador para as mulheres que eram vendidas para a prostituição por suas famílias e carregavam as marcas físicas e psicológicas disso por toda a vida. 

4 comentários:

  1. Oi! Eu gosto muito de histórias com ambientação histórica e no Japão e ainda não tinha visto essa HQ. Apesar de você mencionar que é uma história triste, fiquei interessada mesmo assim. Vou procurar a obra. Bjos!!
    Moonlight Books

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    1. É uma história muito interessante, mas é bem triste mesmo, vá preparada.

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  2. Que mangá belissímo! Me interessei muito. Drama, tristeza e toques poéticos sempre me chamam a atenção S2

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