16 de janeiro de 2025
Esperando Godot - Samuel Beckett


Olá, pessoal! Samu aqui!


A decisão de ler Esperando Godot, de Samuel Beckett (1906-1989), ocorreu por conta da Maratona Literária de Inverno 2020 (#MLI2020), sugerida pelo canal Geek Freak. Acontece que um dos desafios da maratona era ler algum autor cujo nome fosse igual ao meu, e assim eu descobri Beckett! Confesso que já tinha ouvido falar nesse dramaturgo, mas nunca me interessei a ler as peças dele. Sabe quando você lê os títulos e cria um preconceito, porque parece que vai ser chato? Então, né…



Mas, olha, no fim eu me surpreendi muito positivamente. Para começar, o Samuel Beckett foi um ariano que escrevia textos bastante porra doida excêntricos. Junto com outros autores, como Eugene Ionesco (1909-1994) e Harold Pinter (1930-2008), o Beckett é tido hoje como um dos representantes do Teatro do Absurdo, um movimento dramatúrgico bem autoexplicativo, certo? Em suas peças, Beckett compunha cenas inusitadas com situações das mais descabidas e até meio perturbadoras. Sendo assim, a peça que me propus a ler também segue nesses termos.


Esperando Godot nos apresenta dois personagens, o Vladimir e o Estragon. Ambos estão esperando um terceiro, chamado Godot. A princípio nós, espectadores/leitores, criamos a expectativa de descobrir quem seria esse tal Godot, uma vez que Vladimir o exalta como se fosse Godot um grande homem que lhes houvesse prometido algo importante. Contudo, o tempo passa e ambos continuam a esperar (assim como já tinham feito no dia anterior, em que Godot não apareceu). O motivo do encontro também não fica claro, o que contribui para nossa curiosidade.



No decorrer da peça aparecem outros dois personagem, um senhor (Pozzo) e um escravo (Lucky). Particularmente, achei Pozzo um personagem execrável, chato para um *******. Ele passa a peça inteira abusando de Lucky, fazendo-lhe coisas absurdas enquanto Vladimir e Estragon observam e tentam entender a estranha dinâmica dos dois. Um dos pontos altos do primeiro ato é a parte em que Pozzo ordena Lucky a pensar. O resultado é um monólogo totalmente incoerente e desconexo, semelhante aos fluxos de consciência que autores como James Joyce ou Clarice Lispector utilizavam em seus textos.


Não cheguei a fazer pesquisas profundas sobre a obra, estudando-a e tentando compreender todos os mais densos níveis de críticas implícitos a cada cena. Contudo, posso afirmar o seguinte: Esperando Godot é uma peça que ora te provoca profundas gargalhadas, ora te causa aquela sensação de “what?!... whatta fuck?!”.



E ao terminar você fica com aquela sensação de que precisa falar sobre a peça. Daí você arranja pessoas para conversar. E, depois de uma grande discussão, vocês reconhecem a genialidade de Samuel Beckett ao construir tanto significado nas entrelinhas de cenas a primeira vista tão aleatórias. Recomendo muito esta leitura!


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