16 de outubro de 2021
Bruxaria, de Nancy Holder e Debbie Viguié


    Sim, estamos fazendo um mê de outubro bem temático tendo como foco as bruxas! Aproveitando que estava nessa vibe, primeiro, li Da Magia à Sedução, uma história interessante e cheia de saudosismo. Depois, adentrei o campo da literatura teen e agora venho mostrar minhas impressões sobre o livro Bruxaria, das autoras Nancy Holder e Debbie Viguié

    Bruxaria narra a conturbada trajetória de Holly Carthers, uma garota no último ano escolar que tinha uma vida bem comum, mas durante as férias de verão perde os pais e a melhor amiga em um trágico e inexplicável acidente. 

    Depois disso, a jovem decide ficar com a mãe de sua melhor amiga, contudo, a mulher é acometida por um mal súbito e também inexplicável, ficando em coma. Sem outras alternativas, a garota precisa ficar com a tia, até então desconhecida, Marie Claire, e se muda de São Francisco para Seattle. 

    Nossa protagonista acredita serem todas essas desventuras mera obra do acaso, mas, nós, leitores, sabemos que o amante de Marie Claire, Michael Deveraux é um bruxo e quer matar todas as mulheres da família Carthers, em especial, Holly, pois esta é detentora do poder ancestral de seu sangue. 

    Nancy Holder e Debbie Viguié intercalam momentos do passado, nos quais vemos uma profecia surgir da união das "confrarias" inimigas Deveraux e Cahors; com o presente, no qual Holly e suas primas precisam desvendar os mistérios ao redor de sua família e dos homens que as cercam. Obviamente, como não poderia faltar em uma narrativa teen, há um romance, almas gêmeas e toda a papagaiada que já típica. 


Agora, vamos às polêmicas!




    Já no prefácio, Nancy Holder e Debbie Viguié pedem desculpas por deturpar símbolos do paganismo justificando que se não o fizessem o livro Bruxaria não existiria. A questão é que essa narrativa não deveria ter sido publicada mesmo! Isso porque trata-se de um desserviço às religiões pagãs ou neo-pagãs. 
    Nancy Holder e Debbie Viguié trazem pontos de vista extremamente equivocados e preconceituosos a cerca de simbologias do paganismo. É ultrajante ler as referências à "magia negra" feitas pelos Deveraux que cultuam o Homem Verde e o deus Cernnunos
    As autoras afirmam terem feito uma extensa pesquisa antes de escreverem Bruxaria. É perceptível, porém, que as fontes, se existem mesmo, não são nada confiáveis. O que lemos nesse livro, capítulo após capítulo é uma chuva desagradável de preconceito cristão contra o paganismo, algo deveras perigoso, visto que Bruxaria é um livro voltado para o público jovem, logo, tem grandes chances de incutir em seus leitores inexperientes uma semente de intolerância por algo que provavelmente eles desconhecem. 
    Se ainda for preciso afirmar, não gostei dessa leitura. O estilo das autoras é até interessante, mas é impossível corroborar com toda essa sucessão de equívocos. Nem preciso dizer que a capa, bem como o título são chamativos e despertam a curiosidade, todavia, já aviso: não valem a pena. 



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