Há alguns anos atrás vi nos canais Livrada! e TLT algumas vídeo-resenhas sobre os livros da autora Elena Ferrante. Fiquei curiosa com tantos elogios e resolvi que um dia leria pelo menos um de seus romances. Esse ano, felizmente, isso foi possível e acho que comecei bem com A Filha Perdida.
Lançado em 2006. Escrito sob o pseudônimo Elena Ferrante, A Filha Perdida narra a história da italiana Leda, uma acadêmica de 48 anos. Divorciada há anos e sozinha após a ida das filhas ao Canadá (onde vão morar com o pai) ela decide tirar umas férias na praia para aproveitar a solidão e a sensação de "dever cumprido". Porém, ela não imaginava que essa viagem a faria relembrar-se de muitos acontecimentos difíceis de sua vida, culminando em uma atitude completamente irracional...
A Filha Perdida começa com Leda, nossa protagonista e narradora, sofrendo um acidente de carro. O acidente não causou danos, mas a mulher estava com uma ferimento interno grave sem causa aparente... Após essa cena, a narradora começa a relembrar seu passado sua relação conflituosa com a mãe, sua ânsia por fugir de Nápoles para morar em uma metrópole. O casamento, as filhas, a falta de amor, o excesso de cobrança, as traições, o egoísmo, o desamparo e finalmente, a ruptura...
Ao mesmo tempo, acompanhamos sua viagem à praia e seu convívio com algumas pessoas por lá, em especial, uma família napolitana. Leda fica obcecada por dois membros dessa família: uma jovem mãe e sua filhinha. A foma como elas interagem entre si é um gatilho para Leda lembrar-se de seu passado como mãe de duas meninas e as comparações chegam e não são muito agradáveis.
O inesperado, contudo, acontece. A querida boneca da menininha é roubada e isso faz com que relacionamento entre mãe e filha mude drasticamente, ou, talvez, mostre-se como realmente é... A visão dessa realidade faz com que Leda fique ainda mais nostálgica e nos conte ainda mais segredos.
Como dito no início dessa resenha, foi a primeira vez que li um romance de Elena Ferrante e posso dizer que começar por A Filha Perdida foi uma excelente escolha! A escrita da autora lembrou-me muito Lygia Fagundes Telles em vários por momentos. A forma como Leda narra sua trajetória e todos os problemas com a maternidade lembram também a personagem Eva de Precisamos Falar Sobre o Kevin. O modo como ambas apresentam a gravidez como uma obrigação estafante e ingrata, sem grandes traços de afeição é bem semelhante. O papel de mãe sempre vem carregado de culpa e sobrecarga, as expectativas estão todas nelas e os maridos pouco ou nada ajudam....
A narrativa traz uma crítica bem contundente ao papel da mulher e à maternidade compulsória, pelo menos, eu inferi assim, e percebi também um certo incentivo ao estudo para que as mulheres tenham mais escolhas além de casar e ter filhos.
A Filha Perdida tem também uma metáfora muito interessante entre título e as relações das personagens. Há muito mais do que apenas uma filha perdida aqui... Algo realmente instigante pela genialidade de Elena Ferrante, mas um pouco triste de o leitor acompanhar.
Adorei essa leitura. Apesar das poucas páginas, a autora consegue abordar assuntos complexos de forma profunda sem ser maçante ou prolixa em demasia. Com certeza, A Filha Perdida foi a melhor escolha para conhecer a escrita de Elena Ferrante e espero poder ler outras obras em breve.
O inesperado, contudo, acontece. A querida boneca da menininha é roubada e isso faz com que relacionamento entre mãe e filha mude drasticamente, ou, talvez, mostre-se como realmente é... A visão dessa realidade faz com que Leda fique ainda mais nostálgica e nos conte ainda mais segredos.
Como dito no início dessa resenha, foi a primeira vez que li um romance de Elena Ferrante e posso dizer que começar por A Filha Perdida foi uma excelente escolha! A escrita da autora lembrou-me muito Lygia Fagundes Telles em vários por momentos. A forma como Leda narra sua trajetória e todos os problemas com a maternidade lembram também a personagem Eva de Precisamos Falar Sobre o Kevin. O modo como ambas apresentam a gravidez como uma obrigação estafante e ingrata, sem grandes traços de afeição é bem semelhante. O papel de mãe sempre vem carregado de culpa e sobrecarga, as expectativas estão todas nelas e os maridos pouco ou nada ajudam....
A narrativa traz uma crítica bem contundente ao papel da mulher e à maternidade compulsória, pelo menos, eu inferi assim, e percebi também um certo incentivo ao estudo para que as mulheres tenham mais escolhas além de casar e ter filhos.
A Filha Perdida tem também uma metáfora muito interessante entre título e as relações das personagens. Há muito mais do que apenas uma filha perdida aqui... Algo realmente instigante pela genialidade de Elena Ferrante, mas um pouco triste de o leitor acompanhar.
Adorei essa leitura. Apesar das poucas páginas, a autora consegue abordar assuntos complexos de forma profunda sem ser maçante ou prolixa em demasia. Com certeza, A Filha Perdida foi a melhor escolha para conhecer a escrita de Elena Ferrante e espero poder ler outras obras em breve.
Ainda não conheço essa autora e nem suas obras, gostei bastante da história.
ResponderExcluirVou adicionar em minha lista de autores e pesquisar algumas obras, pelo que vi de suas resenhas me parece ser um livro maravilhoso, gostei bastante.
Parabéns.
É uma autora muito boa mesmo. Também vou procurar por mais livros delas =)
ExcluirAdorei a sua resenha, me parece ser um livro bastante envolvente !
ResponderExcluirAcidente de carro, lembranças do passado... muitos acontecimentos interessantes, fiquei curiosaa
Bjs
Que bom que gostou! De fato, é uma história bem interessante mesmo.
ExcluirTenho muita vontade de ler os livros desta autora. Ainda não li por falta de oportunidade. Mas todos as vezes que leio resenhas dela fico intrigada. Sua resenha despertou novamente este desejo. Quem sabe começo por este? Beijos
ResponderExcluirIsso acontecia comigo também. Espero que comece por essa leitura e goste tanto quanto eu!
ExcluirNunca ouvir falar desse livro, fiquei bem intrigada com a narrativa, parece bem interessante. Gosto bastante de livros com críticas sociais.
ResponderExcluirAdorei a resenha =D
Beijos!
Essa narrativa é muito boa mesmo!! Espero que possa ler o livro!! É bem reflexivo.
ExcluirQue bom que gostou! =)
Não conheço esse livro mais a história é bem envolvente gostei da resenha se eu tiver oportunidade de achar esse livro vou ler https://www.katisouza.com.br
ResponderExcluirQue bom que gostou! Espero que leia mesmo e goste =)
ExcluirOi Andrea,
ResponderExcluirQue dica boa! Confesso que não conhecia a autora, nem o livro.
Já o li pelas redes sociais, mas não sabia sobre premissa nem se era bom.
Uma ótima novidade para mim!
Beijos
https://estante-da-ale.blogspot.com/
Que bom que gostou, Alê! Espero que possa lê-lo =)
ExcluirJá li algumas resenhas sobre esse livro e acho sua narrativa muito diferente e interessante também, quero ler quando tiver a oportunidade!
ResponderExcluirwww.estante450.blogspot.com.br
Oba!! Leia sim!! Espero que goste!! =D
ExcluirOlá Andrea!!!!
ResponderExcluirEstou simplesmente louca pra ler os livros da autora! Tenho lido muitos comentários positivos! Vou ler em breve e depois te conto o que achei
Beijinho
EVENTUAL OBRA DE FICÇÃO
Que bom, Roberta!! Leia sim!! Quero saber o que você achou =D
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