21 de junho de 2018
Germinal - Émile Zola


Capa do livro Germinal


Homens brotavam, um exército negro, vingador, que germinava lentamente nos sulcos da terra, crescendo para as colheitas do século futuro, cuja germinação não tardaria em fazer rebentar a terra.”

Desde a primeira vez que li um livro naturalista, (O Coruja de Aluísio Azevedo) fiquei muito interessada por essa escola literária e isso só aumentou a medida que a estudei na faculdade (para quem não sabe, sou formada em Letras) e descobri ser ela uma criação do escritor francês Émile Zola. Naquela época não pude ter contato com as obras desse autor porque a quantidade de leituras era enorme, mas, felizmente, esse ano pude realizar meu objetivo e li uma das histórias mais intrigantes e pungentes de toda a minha vida até agora, além de aprender bastante sobre o comunismo marxista.
Germinal foi publicado em 1885 e retrata a vida de trabalhadores de minas de carvão no interior da França. Sendo o 13 º volume da série Les Rougon-Macquart - histoire naturelle et sociale d'une famille sous le Second Empire que narra o declínio de uma família e ao mesmo tempo, como o subtítulo diz, um estudo sobre a sociedade do Segundo Império. Contudo, não precisam se assustar, cada livro traz uma narrativa com começo, meio e fim e podem ser lidos em qualquer ordem.


Uma única ideia lhe ocupava o cérebro vazio de operário sem trabalho e sem teto, a esperança de que o frio se tornasse menos agudo com o romper do dia.”


Etienne Lantier é demitido de seu trabalho porque bateu em seu chefe quando estava bêbado. O rapaz vive preocupado com essa predisposição hereditária ao alcoolismo e à violência. Sem trabalho e sem dinheiro ele chega a uma mineradora de carvão e consegue um emprego lá como operador de vagonetes, ao mesmo tempo em que ele, nós conhecemos também a família Maheu. Os Maheu são uma família de operários que há mais de um século dão sua vida para as minas de carvão e veem sua saúde se deteriorar, vivendo sempre na miséria, sem nenhuma perspectiva de melhora de vida. Os dessa geração são o velho Boa-Morte, tem esse nome por ter sido soterrado três vezes no fundo da mina e ter sobrevivido a todas; o sr. e sra. Maheu e os filhos: Zacharie, mais velho, mora ainda com os pais, mas já tem dois filhos ilegítimos; Catherine, uma jovem de dezesseis anos totalmente submissa a sua condição de mulher operária, sem nenhuma grande aspiração na vida; Jeanlin, um pequeno sociopata... Sério, se esse termo já existisse na época, esse menino com certeza se encaixaria nele; e as crianças: Alzire, uma deficiente que mesmo assim ajuda muito a mãe nos afazeres domésticos; Henri e Lenóre, que segundo a própria mãe "só servem para comer e dar despesas" e Estelle, uma bebê recém nascida; Já deu para perceber que pela quantidade de gente, eles passam muitos apertos nessa casa, né...


As pessoas viviam tão chegadas, de um extremo a outro, que nenhuma parcela de vida íntima se conservava oculta, mesmo para as crianças.”


Em contrapartida, conhecemos também os Gregóire e os Hennebeau. Os primeiros, são o total oposto dos Maheu: desde o início da companhia mineradora sempre tiveram algumas ações, logo, acumularam dinheiro por mais de um século e vivem desse dinheiro, do suor dos outros, em uma total ociosidade; Os segundos são a família do diretor da companhia, também vivem em grande conforto e alienação, enquanto os trabalhadores passam fome.


O dinheiro ganho com o suor dos outros é o que mais engorda.”


Etienne não demora a se acostumar com o trabalho. E a partir do momento que se integra a vida social local, percebe o quão miserável e animalesca ela é. Basicamente, os operários preocupam-se apenas com pão e quando não estão trabalhando, estão fazendo filhos, o que deixa nosso protagonista frustrado e revoltado.


As coisas estavam nesse pé, um descontentamento surdo fermentava na mina, o próprio Maheu, tão calmo, andava de punhos cerrados.”


Por causa de uma crise industrial, a companhia decide diminuir os salários e não demora muito para que germine nos trabalhadores o sentimento de revolta e, liderados por Etienne, eles começam uma greve que trará graves consequências para todas as esferas dessa sociedade.
Em Germinal, Zola faz uma análise de duas correntes de pensamento muito em voga no século XIX: o Marxismo e a Anarquia. Se você já leu O Manifesto Comunista ou algum texto de Bakunin, vai perceber que Zola sintetizou, ou melhor, fez uma romantização de ambos os pensamentos e de suas trajetórias através dessa história, algo muito instigante. Se você estiver lendo O Manifesto ou qualquer obra sobre o comunismo, indico muito essa leitura como forma de exemplificá-lo.


Esse Karl Marx de vocês ainda acredita que se deve deixar agir as forças naturais. Nada de política, nada de conspiração, não é isso? Tudo feito abertamente, luta só pela subida dos salários…” Incendeiem as cidades, ceifem os povos, arrasem tudo e quando não sobrar mais nada deste mundo podre, talvez nasça outro melhor dos escombros.”


Ademais, Zola traz outra corrente filosófica: o Determinismo, mostrando que a grande maioria dos indivíduos está fadada a sucumbir ao meio no qual está inserta e que são pouquíssimas as que se sobressaem a ele e alcançam o "sucesso".
No campo das figuras de linguagem a que mais aparece aqui é a zoomorfização, ou animalização. Pois a todo momento o narrador se dirige aos operários como animais e lhes atribui características de animais, mostrando como essas pessoas eram vistas por aqueles que não compartilhavam de sua dura "sorte".


Escuta, eu amaldiçoo os dois se eles se amigarem. Então, Zacharie não nos deve respeito? E custou-nos dinheiro, não foi? Pois então, nos pague o que deve antes de se grudar a uma mulher…”


Há também, uma descrição minuciosa dos relacionamentos ao longo da narrativa, sejam eles convencionais, familiares, de trabalho ou amorosos. É absurdo ver como os pais daquela época, os pobres, claro, viam seus filhos como meras fontes de renda, forças braçais para ajudar no sustento da casa, por isso os vários. As relações amorosas também têm um análise a parte com as personagens Catherine e Chaval, que vivem um relacionamento abusivo e doentio; e o casal Hennebeau que também vive uma situação abusiva, mas no âmbito da frieza e da traição.


Era Chaval, que entrara de um salto pela porta aberta e lhe dera um coice de besta furiosa. Havia um minuto que a espreitava do lado de fora. - Cadela! - urrou ele - Eu te segui, sabia que vinhas aqui foderes até rebentar! E quem paga és tu, hein? O café que trazes para ele foi comprado com o meu dinheiro!”

Antes de iniciar essa leitura, eu já sabia ser um texto bem complexo, por isso decidi fazer um fichamento da obra. Logicamente, Germinal é mesmo muito complexo e cheio de nuances que não poderiam ser comentadas em uma única postagem de blog, mas espero que esse texto tenha dado a vocês um vislumbre da importância dessa narrativa e os incentive a lê-la, pois, acreditem, o século retratado é o XIX, todavia, as desigualdades sociais perduram até hoje e são idênticas...

46 comentários:

  1. Essa parte da história é muito interessante e as vezes não damos relevância, muito boa a resenha, colocarei na minha fila de livros para ler

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    1. É mesmo. Os séculos XVIII e XIX são muito interessantes. Obrigada e espero que goste da leitura.

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  2. O bom é pode ser lido em qualquer ordem, mas a leitura parece ser muito bos, mas ao meu ver é um pouco complexo o entendimento.

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    1. Com certeza, essa é uma leitura que traz muitas reflexões e questionamentos.

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  3. Muitos acontecimentos são atuais, os anos passam, a sociedade continua com os mesmo defeitos, sua resenha me animou este clássico. Bjs

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    1. São mesmo. Espero que leia o livro e goste tanto quanto eu.

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  4. Um clássico complexo e instigante. Certamente é uma leitura muito rica que agrega conhecimento. Sua resenha me inspirou a ler Zola, deve ser uma grande experiência.

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    1. Realmente, é uma grande experiência e sai dela querendo ler tudo o que ele escreveu. Espero que faça essa leitura. =)

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  5. Aluísio Azevedo tem obras naturalistas muito boas!
    Germinal eu conheço de nome porém nunca li e pelo que notei a história é intensa.. Abordar a crise industrial com certeza é um marco no livro ♥ Agora vou querer ler, só pelo fato de ter essa parte da história ai.

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    1. Espero que leia e goste! O autor faz várias análises interessantes ao longo do livro, com certeza você vai gostar. =)

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  6. Germinal eu conheço! Adoro! É útil e educativo! Deu até vontade de rever!

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    1. Nossa, que legal!! Primeira pessoa que diz que já leu esse livro também =D

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  7. Nunca tinha ouvido falar desse livro e é bem diferente do que costumo ler, mas mesmo assim me interessei muito pela premissa!

    www.estante450.blogspot.com.br

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    1. Espero que possa lê-lo e goste! É uma história incrível!! =D

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  8. Obras naturalistas e deterministas são complexas,eu acho a leitura um pouco pesada, lenda e muitos trechos são descritivos em excesso. Enquanto lia a resenha, lembrei de mais de "O cortiço" de aluísio azevedo, visto que ele se inspirou bastande em Emile Zola.

    Ps: Adorei a resenha *-*

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    1. De fato, livros do século XIX são mesmo bem descritivos, mas Germinal meio que traz descrições que são muito necessárias, sabe? Não é como se o autor fosse demorar duas páginas para descrever um tapete ou algo do tipo kkkkkkkkkkk Eu também me lembrei muito de O Cortiço lendo esse livro, mas a obra de Zola que inspirou Aluízio Azevedo, especificamente, foi "L'Assommoir", 7º livro da série. =D
      Obrigada pelo comentário!! Que bom que gostou da resenha <3

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  9. Oi, tudo bem?
    Eu já tinha ouvido falar sobre esse livro, mas confesso que nunca tive muito interesse e nem sabia que era um livro naturalista. Confesso que saber disso me desanima mais ainda, pois, ao contrário de você, não gostei de nenhum livro que li dessa escola.
    Como a temática e o período histórico não me atraem muito e eu não gosto muito dos livros que li desta escola literária, vou passar a dica desta vez. Porém, adorei a resenha e achei bem completa e explicativa.
    Beijos!

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    1. Ah, que pena!! Eu sou completamente apaixonada pelo Realismo e Naturalismo, mas gosto é assim mesmo =)

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  10. Olá tudo bem?
    Sei que o livro é um clássico e que deveríamos querer ler, mas esse sinceramente não me despertou o interesse, adorei sua resenha, mas dessa vez, passo a dica :)
    Beijus

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  11. Menina,
    clássico é clássico e sempre tem que ter seu lugar de destaque. Agora, fiquei meio preocupado em saber que este livro é o 13o! Poxa, sabia que o Émile Zola tinha uma vida plena (e até meio loca) na escrita, mas, de fato, dá para ler em qualquer ordem? Ou simplesmente ignoramos que há outros livros? Será que não tem uma lógica maior por trás deles?
    Poxa, de qualquer jeito, dificilmente eu entenderia esta ordem... 13 livros é coisa d+. Mas curti muito a dica! Vou conferir!

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    1. Como eu disse, a série é um estudo sobre a sociedade do Segundo Império, na França, então, acredito que para uma pessoa que gosta de História, com certeza, é muito mais interessante ler todos os livros, mas, por Germinal, percebi que os membros da família Rougon-Macquart não se encontram nem são mencionados... Por isso, acho possível ler qualquer um dos livros também. =)

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  12. Oi Andrea, tudo bem?

    Confesso que não conhecia essa escola literária (quanto a já ter lido algo) e seu post com certeza me deixou bem curiosa. Parece-me ser um livro que precisamos ler com "cuidado", aproveitando todos os momentos e por isso mesmo, minha curiosidade por ele já ficou nas alturas. Essa forma de detalhamento dos relacionamentos chama minha atenção. Adorei, dica anotada!

    Beijos!

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    1. Você tem toda a razão, Alice. Por isso senti a necessidade de fazer um fichamento desse livro. Espero que você possa lê-lo e que faça uma ótima leitura =)

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  13. Oii!
    Não conhecia o livro e mesmo você recomendando não sei se leria porque não faz meu estilo de leitura. Mas parece ser uma ótima dica para quem curte livros Naturalistas!

    bjs
    https://blogperdidanasnuvens.blogspot.com/

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    1. Que pena. Na verdade, é um ótimo livro para qualquer um que goste de História e Sociologia também.

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  14. Oi Andrea. Não conhecia o livro, mas sua resenha me despertou muita vontade de embarcar nessa obra. Não costumo ler muitos clássico, devido a alguns traumas. Mas os que li, me apaixonei completamente e sinto que esse se encaixa nisso. Tem uma pegada histórica, pelo o que parece e ai, eu amo. Enfim. Adorei a dica e a sua resenha, parabéns! Beijos
    https://almde50tons.wordpress.com/

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    1. Nossa, que bom que gostou!! Espero mesmo que faça essa leitura e que ela seja uma boa experiência para você!! =D

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  15. Oi Andrea,
    Confesso que essa não é uma obra que chama minha atenção, mas admiro quem se interessa e a lê. Tem sua relevância.
    Beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br

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  16. Olá, Andrea, tudo bem?
    Confesso que não conhecia esse livro, até então. Nunca ouvi falar mesmo! Mas parece interessante demais. Principalmente pela sua ressalva do final contexto, quando diz das semelhanças das mazelas sociais de ontem e de hoje.

    Di ~ Vida & Letras
    www.vidaeletras.com.br

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    1. Nossa,sério, Diego? Pois espero que você o leia um dia porque realmente é muito bom!

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  17. Ótima dica. Nunca parei para ler livros nesse linha e confesso que me chamou a atenção. Gostei da resenha.

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  18. Olá!
    Não sou de ler esse livros, mas fico mega curiosa com as histórias, são ricas pela época que são escritas e isso é algo que temos que preservar e ir passando para as demais gerações. ótima resenha!

    beijos!

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    1. Concordo com você, Tahis. Espero que um dia possa ler esse livro. =)

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  19. Louca para ler esse livro de uma riqueza imensa, nos levando de volta no tempo e nós fazendo refletir.
    1 pessoa achou isso útil

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    1. Fico muito feliz que tenha gostado! Espero mesmo que possa fazer essa leitura e possa refletir e gostar tanto quanto eu! =D

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  20. É incrível como problemas tão antigos ainda persistem nos dias de hoje. Não conheci o livro mas gostei muito do contexto histórico dele. Dica anotada.
    Bjs Rose

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  21. Oi, tudo bem ?

    Ainda não conhecia a obra e poder conhecer ela através de uma pessoa que leu a obra é maravilhoso. Achei seu ponto de vista muito sincero e rico. O livro parece ser uma ótima leitura.

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  22. Oii, tudo bem? Não tenho o hábito de ler clássicos por preguiça (não me julguem), mas adoro anotar dicas e quem sabe desfrutar de uma boa leitura no futuro. Eu peguei umas dicas esses dias e amei os livros que li.
    Adorei o post e anotei 🙅

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    1. Os clássicos são muito subestimados... Espero que você possa ler esse livro e goste! =)

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