21 de novembro de 2017
Americanah - Chimamanda Ngozi Adichie


Falar que os romances de Chimamanda Adichie são maravilhosos é "chover no molhado", mas o que fazer? A mulher tem uma escrita primorosa e aborda temas importantíssimos, além de ser feminista. Como não amá-la? 

Americanah nos apresenta um panorama bem dinâmico e comparativo da Nigéria dos anos 90 e atual e dos E.U.A nos mesmos períodos. Ifemelu e Obinze são nossos protagonistas. A primeira é mais acompanha por nós ao longo da narrativa, enquanto o outro tem capítulos mais curtos e pontuais. Os jovens se conhecem no ensino médio e tornam-se um casal bem incompreendido, visto que ambos são feministas. Apesar dessa palavra não ser utilizada, eles têm atitudes que destoam, e muito, dos "padrões" impostos por sua sociedade essencialmente tribal e machista. 
Mas, por causa das constantes greves e da situação difícil do país, Ifemelu vai estudar nos Estados Unidos e descobre uma realidade que nunca fora importante até então: ela é NEGRA. 
Na África, isso nunca foi um problema, nunca houve "questões raciais", e na América tudo gira em torno disso. Se for a uma entrevista de emprego com o cabelo afro, significa que não "profissional", se falar do racismo tal como ele é, será tachada de "agressiva" e "vitimista"... O sonho americano, vira um pesadelo cheio de situações humilhantes que fazem Ifemelu separar-se de Obinze por não conseguir compartilhar sua vergonha com ele. 
Nós, leitores, veremos então o desenvolvimento dessas duas personagens separadamente por um período de quinze anos no qual cada um passou por situações terríveis, contudo, conseguiram ultrapassar os obstáculos e vencer, tornando-se dois adultos independentes e bem-sucedidos. 
O problema é que tanto Ifemelu quanto Obinze permanecem com a sensação de incompletude um sem o outro, o que ocasionará série de mudanças drásticas em suas vidas... 
Esse é, até agora, o melhor romance da autora. A forma leve e descontraída como Chimamanda nos mostra a trajetória de sucesso e superação de suas personagens é carregada de críticas e reflexões, sem ser didática. Você realmente se sente parte da história, se sente integrado a ela, mas sem toda aquela carga dramática tão presente em Hibisco Roxo e Meio Sol Amarelo
Mais uma leitura recomendadíssima dessa autora que mudou o cenário literário atual e elevou a África e a mulher negra a um patamar que vai muito além de meros esteriótipos. 


4 comentários:

  1. Olá!! Gostei demais da sua resenha e opinião sobre a escrita da escritora e como você abordou o assunto do romance. Confesso que nunca li nada da autora mas, me interessei.
    Beijocas.

    www.meumundosecreto.com.br

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    Respostas
    1. Olá!
      Que bom que gostou Vanessa! Espero que possa conhecer essa autora porque ela é incrível! =)
      Bjs

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    2. Adorei esse livro, grande mas com imensa informação sobre racismo, a condição da mulher e a vida na Nigéria. Nunca li Meio sol amarelo, mas adorei Hibiscos Roxos (como se chamou em Portugal)

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    3. Olá!
      Também adorei essa leitura, para mim foi a melhor da autora até agora, porque é mais divertida do que as outras e estava querendo ler algo mais leve mesmo.
      Espero que possa ler Meio Sol Amarelo se você gosta de História, com certeza vai adorar esse livro =)

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