9 de junho de 2017
Pais e Filhos - Ivan Turgêniev



Uma das metas de minha vida é ler uma lista enorme de livros de autores russos que eu adoro, ou que pessoas que admiro adoraram. Não me lembro exatamente como cheguei a Pais e Filhos, não lembro de ter lido ou visto resenhas a respeito dele, só sei que vi o nome russo e pensei: Por que não? E ainda bem que minha curiosidade me traz ótimas experiências as vezes... 

      Publicado em meados do século XIX, esse livro traz uma grande reflexão acerca das diferenças entre a geração "romântica" e a geração "niilista". 
A narrativa começa com um pai, Nicolau Pietrovich Kirsánov, esperando por seu filho, Arcádio. O jovem chega ao interior com um amigo, o estudante de medicina, Eugênio Bazárov, um niilista convicto. 
Chegando a residência dos Kirsánov, Bazárov se torna desafeto do irmão de seu anfitrião, Pável, um gentleman aos moldes românticos, pessoa aristocrática e um pouco fútil, como eram julgados, pelos jovens de então,  todos os partidários do romantismo. 
Em um primeiro momento, Bazárov é um cético, extremamente convicto de suas opiniões, tornando-se um pouco pedante, ríspido e mal-educado até, mas, após conhecer uma jovem e bela viúva, ele apaixona-se, deixando que caiam por terra todas as ideias outrora defendidas, tornando-se até parecido com Pável na juventude, algo que o faz ter um grande conflito interno. 
Todo o romance mostra esse embate entre o pensamento antiquado do início do século e as novas correntes filosóficas do final do mesmo, evidenciado pelas discussões entre pais e filhos e os pensamentos conflituosos desses. 
Agora, falando do narrador... Esse é bem tendencioso... Em vários momentos ele defende claramente o romantismo e desacredita de Bazárov, porém, é possível enxergar também uma certa crítica com relação a essa escola também, apesar de sútil se comparada com a crítica ao niilismo. 
Pais e Filhos foi o romance russo mais curto que li até hoje, entretanto, a leitura parece não "render" muito bem... Você lê, lê e lê e quando vê só avançou dez páginas. Não digo que isso seja ruim, só achei meio estranha a capacidade do autor de mostrar tanto da história em tão pouco espaço. 
No mais, esse livro é muito interessante, mais um livro para sair da zona de conforto e debater a respeito, pois as personagens evidenciam um traço comum a todos nós independente da época que é o eterno embate de gerações e conflitos entre pais e filhos. Para aqueles que nunca se aventuraram por um romance russo, indico começarem por esse, vale a pena. 

PS: um fato curioso é que o termo "niilismo" e suas derivações foi popularizado por esse livro.

6 comentários:

  1. Olá, tudo bem?
    Dessa vez a obra não cativou, então irei pular a dica, mas a resenha está muito boa.
    Um beijo.

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  2. Olá, tudo bem? A resenha está muito boa, mas essa obra não me cativou.
    Beijos!

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  3. OI querida
    Não li ainda, mas está na minha lista
    Gostei do post e quero ler tbe.
    Bjks mil

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  4. Olá, poxa que ineteressante esse gosto por escritores russos. Confesso que adoro conhecer escritores de ouros paises, mas ainda não tive oportunidade de ler algo vindo da Russia. Eu fiquei um pouco divida entre o gostar e não ler de jeito nenhum esse livro. Mas talvez desse uma chance para ter a oportunidade de conhecer mais sobre a autoria. Bjs

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  5. Olá, tudo bem? Eu não conhecia esse livro, apesar de amar ler não tenho o costume de ler clássicos ou livros muito complexos, quero começar a ler mais e ele vai entrar na minha lista.

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  6. Oie
    ainda não conhecia o livro mas parece ter uma pegada bem diferente do que estou acostumada, pois clássicos e coisas complexas não fazem muito parte da minha rotina mas é algo que quero mudar

    beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

    beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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