28 de maio de 2017
A morte e a morte de Quincas Berro d'água - Jorge Amado



Todo mundo que acompanha o blog saber que eu adoro Jorge Amado e esse ano, particularmente, decidi ler vários livros dele porque, enfim, o cara sabia como animar qualquer um. 
Nessa novela, vamos conhecer a história de Quincas, nascido Joaquim, um homem sempre dócil, bom marido, pai atencioso que, após aposentar-se, decide largar essa vida de aparências vai viver na Zona (como diria minha mãe) bebendo, jogando e farreando. 
Tal como acontece em Dona Flor e seus dois maridos, essa narrativa se passa na Bahia e começa com a morte de uma personagem importante, no caso, o próprio Quincas - oh, really? Vocês nem tinham percebido isso... Mas, a morte é, na verdade, a primeira, a oficial, a aceita pela família sisuda e odiável de nossa protagonista, porque a segunda, meus queridos, acontece na farra, do jeitinho que ele gostava. 
Não está entendendo? Durante o velório, a família não se sente confortável ao velar o corpo do falecido, afinal, ele saiu da mesmice, ele mudou, seguiu o caminho que queria, não aceitou as convenções sociais impostas, logo, era um estorvo, sua morte foi vista como uma benção, por isso, quando os amigos "de copo" chegam, os familiares simplesmente vão embora e não é que a galera acredita ser a morte de Quincas um grande embuste e levam o corpo para dar uns "rolês"? 
Pois é, minha gente, é por isso que eu gosto de Jorge Amado, o cara sabia trazer o inusitado de maneira magistral, apesar de não ter me identificado muito com essa história, afinal, foi muito curta, não deu tempo para me apegar ao Quincas, mas se você gosta do autor, precisa ler essa novela também. 

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