Pois é, nesse mês de Outubro decidi dar uma atenção a mais aos romances góticos, afinal, faz muito tempo que eu não lia narrativas desse gênero e o último livro de Jane Austen só aguçou a minha vontade de retornar a esses textos.
O castelo de Otranto, por exemplo, é o romance que inaugurou o gótico na literatura com sua ambientação em uma propriedade de arquitetura homônima, com segredos familiares, eventos sobrenaturais e as inconstâncias dos corações humanos. Já no prefácio, o autor nos diz que baseou-se nas tragédias Shakespearianas para criar a atmosfera e as personagens de sua trama o que de fato vemos ao longo de toda a obra, além disso, é engraçado ver o quanto a Abadia de Northanger parodiou esse texto em específico, pois todas as conjecturas feitas pela protagonista são apresentadas aqui, só que reais e bem desagradáveis...
A história se passa na Itália, possivelmente no século XVI ( alguma semelhança com Shakespeare?) e nos apresenta o terrível e odioso príncipe Manfredo do principado de Otranto. Esse homem egoísta maltrata a esposa porque esta teve apenas um filho varão, Conrado, que nasceu enfermiço. O casal também tem uma filha, Matilda, moça que reúne em si todos os ideais românticos, mas o pai a detesta. A trama começa no dia do casamento de Conrado e Isabela, jovem belíssima filha do homem que seria o verdadeiro herdeiro do principado, porém, antes que os noivos se casem, eis que o elmo de uma armadura surgida do nada, cai em cima da cabeça do jovem e o mata instantaneamente.
Qualquer pessoa pensaria que Manfredo por amar tanto esse filho ficaria penalizado pelo ocorrido, mas não! Ele imediatamente decide que se casará com Isabela no lugar do falecido e fará de tudo para convencer sua esposa Hipólita, que também possui todas as características caras aos românticos, a divorciar-se dele e enclausurar-se em um convento abandonando sua amada filha a própria sorte. Contudo, antes de alcançar seu objetivo, Manfredo depara-se com a figura de um jovem camponês que ninguém sabe quem é, de onde vem ou o que está fazendo ali, algo que vai mexer com a imaginação de todos os moradores do castelo e revelará grandes surpresas e mistérios a respeito dessa família que possui, através dos homens, apenas membros execráveis e dignos de pena, ou ódio...
Confesso que esse romance apesar de curtinho, não me impressionou nem um pouco, nem prendeu minha atenção como pensei que faria. Eu sei que pensar nos elementos de O Castelo de Otranto como clichês é um grande embuste, afinal, esse livro é o primeiro do gênero, mas não consegui gostar do desenvolvimento da história, ou das motivações das personagens e o elemento fantástico é tão mal explicado que seria melhor se não tivesse sido colocado na trama... Enfim, é um livro interessante para se conhecer as raízes do gótico, entretanto existem muitas outras obras insertas nesse estilo que são muito mais interessantes e bem desenvolvidas.
Sua resenha foi muito boa, não conhecia o livro.
ResponderExcluirBoutique de Clichês
Obrigada, Ludimila!
ExcluirLeia o livro, é uma boa maneira de conhecer os romances góticos, caso nunca tenha lido um. =)
Oi!
ResponderExcluirNão conhecia o livro ainda. Mas achei interessante.
Esse parece ser um daqueles livros que você lê para ter raiva dos personagens. Só de ler a resenha já fiquei assim, imagina lendo kkkk
Adorei a resenha!
Bjs!
-Ricardo, Lapso de Leitura
Oi, Ric!
ExcluirPois é, menino! Não imaginava que esse livro fosse assim! Mas, como esse foi o primeiro romance gótico... Vale a pena para conhecer as raízes do gênero.
Obrigada, Ric! Que bom que gostou! *___*
Bjss