27 de agosto de 2015
O grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald



Com um ótimo prefácio de Ruy Castro, a belíssima edição de O grande Gatsby, da editora Geração, nos traz a Era do Jazz, de uma sociedade saída de sua primeira grande guerra, pensando que esta seria a única... Nos traz também, as várias facetas do autor da obra, mostrando-nos que Fitzgerald não criou Gatsby, ele era, na verdade, o próprio Gatsby...
Primeiramente, somo apresentados à vida de nosso narrador, Nick Carraway, que nas primeiras linhas do romance já nos mostra seu caráter e a forma como ele nos dará as informações a respeito da personagem título do livro: 

"Em meus anos mais jovens, e mais vulneráveis, meu pai me deu um conselho que nunca esqueci.
- Antes de criticar alguém - ele me disse -, lembre-se de que nem todos tiveram as oportunidades que você teve." p 13.

A partir disso, saberemos que Nick vem de uma família de classe média do Oeste americano e que ele tentou "fazer a sorte" no mercado da bolsa de valores de Nova Iorque, mas isso não dá muito certo. Ele mora em uma casinha cercada por várias mansões e o dono de uma dessas casas deslumbrantes, é Jay Gatsby, milionário, excêntrico, e o maior anfitrião da cidade. 
Nosso narrador também nos apresenta sua prima Daisy, casada com um homem riquíssimo chamado Tom, ela também já era muito rica antes de casar-se com ele, o problema é que Tom tem uma amante, de forma bem descarada, ele até leva Nick para conhecer a mulher! Colocando o pobre numa situação bem constrangedora, visto que ele e a prima são muito amigos. 
Em um dia qualquer, nosso narrador recebe um convite para ir a uma das grandes festas de Gatsby, obviamente Nick vai e fica escandalisado com toda a riqueza e opulência do local. Lá, ele finalmente conhece o anfitrião e eles  tornam-se amigos. 
Com essa amizade, Nick descobre que Gatsby e sua prima tiveram um romance quando eram mais jovens, mas como este era apenas um soldado pobre, não puderam ficar juntos, dessa forma, Nick passa a ajudar os dois em seus encontros.
Um fato curioso é que a casa de Daisy fica do outro lado da cidade em comparação à de Gatsby, e esta possui um farol com uma luz verde no topo, Gatsby passa noites e mais noites observando a luz verde desse farol que simboliza a esperança que ele tinha de reencontrar seu único grande amor e a lealdade que ele denotava à Daisy. 
Tudo estaria muito bem, se Gatsby não tivesse um passado obscuro, afinal, ele era um rapaz pobre, como tornou-se um dos homens mais ricos do país? O que ele faz? As pessoas que fazem parte da classe "alta" não o aceitam, pois ele é um novo rico, sem educação, sem nome. Mas, algo que realmente vai colaborar para o desfecho trágico do livro, é a total superficialidade de Daisy, ela é, como disse que queria que sua filha fosse, "uma bela tolinha", fútil, e por vezes, tonta. O pobre Gatsby aposta todas as suas fichas nessa mulher e acaba perdendo tudo por causa dela. 
Por fim, Nick, continua fiel à sua amizade por Gatsby e espanta-se com a facilidade com que sua prima esquece-se do mesmo, terminando o livro de forma magistral, como uma síntese da vida de seu amigo e da própria Era do Jazz, ele diz: 

[...] "Gatsby acreditou na luzinha verde, naquele futuro orgiástico que de ano em ano se afasta de nossos olhos. O futuro já nos iludiu tantas vezes, mas não importa... Amanhã correremos mais depressa, esticaremos nossos braços um pouco mais além... Até que uma bela manhã... 
É assim que todos nós deslizamos, barcos contra a corrente, impelidos incessantemente de volta ao passado." p 204. 

Confesso que gostei do livro, ele nos dá um panorama dinâmico da sociedade dos primeiros anos do século XX, mas não consegui embarcar na estória... Também não gostei nem um pouco da recente adaptação que fizeram dela, com Leonardo Di Caprio, talvez eu assista a versão de 1974, mas apenas para compará-la a outra adaptação...

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