30 de agosto de 2015
O Apanhador no Campo de Centeio - J. D. Sallinger

Então, finalmente eu li o Apanhador no Campo de Centeio!! 



  A primeira vez que soube da existência desse livro foi em um programa da MTV, no qual explicavam a respeito da morte de John Lennon, dizendo que o assassino colocara a culpa do crime na personagem criada por J. D. Sallinger, afirmando que esta o teria encorajado a matar o ex - Beatles. Quando assisti a isso fiquei pasma. Como assim um cara comete um crime e põe a culpa em uma personagem fictícia de um livro?? Bem, os anos passaram-se e agora eu posso dizer o que achei da obra que se tornou símbolo da revolução adolescente dos anos 50. 
  Começamos a história conhecendo nosso narrador protagonista, Holden Caulfield, um jovem de 16 anos, que estuda em uma ótima escola e está completamente entediado com sua vida. Holden nos explica que está afastado da escola por ter fugido desta um pouco antes das férias de natal, porque fora expulso por levar "bomba" em quase todas as disciplinas. O garoto não gosta de praticamente nada, critica todo mundo e a si mesmo também. Apesar de toda essa revolta, ele é rico, sempre teve tudo o que quis e esse também é um fator que causa-lhe revolta. 
  Por causa de uma briga com seu colega de quarto, Holden decide fugir, ele não quer esperar para encontrar seus pais e decepcioná-los com a notícia de ter sido (again) expulso de uma escola, por isso ele pega suas malas e vai desbravar a cidade de Nova Iorque, e é esse período, de um fim de semana, que acompanhamos na vida de Caulfield. 
  Logo no inicio da narrativa, ele nos diz que tinha um irmão que acabou morrendo de câncer quando era criança, essa é a única pessoa de quem ele não fala mal, e percebemos que a morte desse irmão o traumatizou muito, fazendo com que ele se afastasse pouco a pouco de tudo e de todos. Nesse fim de semana, Holden passa por diversas situações difíceis e hilárias também e sempre quando sente-se sozinho, perdido ou confuso ele finge que seu irmão está ali, ao lado dele, aconselhando-o. 

Agora, vamos à metáfora do "apanhador no campo de centeio":

  Caulfield estava andando pelas ruas de Nova Iorque, quando viu um casal conversando na calçada, e o filho deles andando no meio fio, cantava uma musiquinha infantil que dizia assim: "Se alguém agarra alguém atravessando o campo de centeio". Isso faz com que nosso protagonista não se sinta deprimido. Em um outro momento, ele volta escondido para casa e se encontra com a irmã, pergunta a ela o que ela acha que ele quer ser, logo falando a respeito da música, a menina fica confusa e ele explica: 

[...] "Seja como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto - quer dizer - ninguém grande - a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco, Sabe o quê que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. [...] Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo. Sei que é maluquice, mas é a única coisa que eu queria fazer." [...] p 203.


  Uau. Ao longo de toda a leitura você fica enfadado com a boca suja do garoto, com as reclamações infundadas dele, com a chatice extrema mesmo! E ai, ele sai com uma dessas! Poxa vida, gente, ele só queria poder salvar as crianças, ele só queria evitar que outras se perdessem como o irmão dele se perdeu. Em vários momentos ele vai falar a respeito da inocência das crianças e como ela deve ser preservada. Ele só queria manter isso, deixá-las a salvo. Daí, você, no final do livro, começa a simpatizar com Holden, mas para mim, isso não foi suficiente para apreciar a estória de J.D. Sallinger, na verdade eu me perguntava a todo momento "O que esse livro tem de mais??" Mas, acabei fazendo algumas pesquisas e notei que além de ter sido um fenômeno literário na década de 50, esse livro também foi alvo de grandes perseguições, porque além do assassino de John Lennon, outros caras mataram ou tentaram matar pessoas importantes, dizendo que Holden as incitará a fazer isso.
  Logo, o livro possui uma bagagem enorme e muito soturna, mesmo assim, ele vai apenas contar a história de um adolescente, do ponto de vista do mesmo. Talvez se eu tivesse lido o quando tinha dezesseis, eu me identificasse um pouco mais, no entanto, nesse momento da vida, só posso dizer que a leitura não foi das mais estimulantes... 

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