24 de agosto de 2015
Leituras da FUVEST - 2# Romance Regionalista Brasileiro





Olá, pessoal! Hoje, falaremos a respeito do romance Til de José de Alencar. Ao meu ver, esse livro não nos traz grandes expectativas quanto aos elementos narrativos, diferente do de Garrett, se houvesse uma votação, eu com certeza escolheria Iracema para representar o romantismo nacional, mas enfim, escolheram essa obra de Alencar e é sobre ela que conversaremos.

Contexto histórico cultural do Romantismo Brasileiro 

    Além de todos os acontecimentos mundiais citados no post anterior, podemos elencar outros dentro da esfera nacional encontrados no livro de Luiz Roncari - Literatura Brasileira: dos primeiros cronistas aos últimos românticos - Capítulo 4 "O Romantismo brasileiro: raça. ego, nação": 
  A independência política do país possibilitou o inicio de uma literatura verdadeiramente nacional que valorizava as particularidades desta, com características regionais criticando a civilização burguesa europeia. 
   O sentimento de inadequação social, o escapismo com a morte, usando como respaldo as teorias de Hegel, transformaram o romantismo não apenas em uma forma de considerar e viver o amor, mas também, em uma forma de refletir sobre a própria vida, sobre o sujeito. 

Contexto histórico de Til 

  Til é um dos livros de Alencar que representa a fase regionalista do romantismo brasileiro, é preciso ressaltar que esse movimento no Brasil, dentro da poesia, teve também três fases, tal como o português, mas a prosa romântica brasileira dividiu-se em três focos: indianista, regionalista e urbana.
    Os jornais foram muito importantes para a disseminação da prosa romântica, visto que os primeiros escritos eram publicados em folhetins ( narrativa publicada em capítulos periodicamente) e só depois passaram a ser livros como os que temos hoje.

O livro 

    A narrativa passa-se na cidade de Campinas, em 1826, mais precisamente na fazenda Palmas. O livro é dividido em três partes: a primeira que vai apresentar-nos a menina Berta, personagem principal do livro que tem todas as características arquétipas da personagem romântica: é bela, boa, ingênua, pura e altruísta. Miguel, seus melhor amigo que é apaixonado por ela. Linda, filha do dono da fazenda Palmas, Luiz Galvão, amiga de Berta e apaixonada por Miguel. Afonso, irmão de Linda que nutre certo interesse amoroso por Berta, a esposa de Luiz Galvão, Jão Fera, "antagonista" nesse primeiro momento, matador de aluguel, que é uma das almas influenciadas por Berta. Brás, sobrinho de Galvão, doente mental e algumas outras personagens que falaremos adiante. Nessa primeira parte conhecemos o caráter de Berta, apelidada por todos de Inhá e apelidada por Brás de Til, pois quando este aprendia a ler só compreendia e gostava do sinal Til, a única pessoa que teve paciência de ensinar-lhe algo foi Berta, logo, esta transformou-se em seu sinal favorito. A menina é quase uma santa entre os mortais comuns, ela é tão boa que sacrifica sua própria felicidade para que Linda e Miguel fiquem juntos, ela também é, por incrível que pareça, a única capaz de controlar Jão Fera, que desiste de sua vida de crimes por ela. Um fato importante dessa parte é que alguém está tentando matar o dono da fazenda Palmas.

   Na segunda parte vamos chamá-la de intermediária, nós vamos conhecer o verdadeiro passado de Til, pois a menina foi adotada por Inhá Tudinha, mãe de Miguel, e nada se sabe sobre sua vida antes disso. Descobrimos então, que Til é filha de Besita, uma bela moça que foi assassinada pelo marido quando este descobriu que ela o traíra com o jovem Luiz Galvão, no entanto a moça não teve culpa, tudo foi parte de um ardil de Galvão para conquista-la. Jão, que ainda não era fera, nutria um amor platônico pela moça e jurou cuidar de sua filha enquanto vivesse. Ele e Luiz eram grandes amigos, mas depois do acontecido nunca mais falaram-se. 
   Na terceira parte sabemos que a pessoa que quer matar Luiz Galvão e destruir a fazenda Palmas é o marido de Besita, Ribeiro, que pretende dessa forma, roubar tudo o que Galvão tem. No entanto, Jão frustra todos os planos de vingança de Ribeiro e acaba revelando a Berta toda a verdade. Ao mesmo tempo, Luiz Galvão conta a sua esposa que Berta é sua filha e estes decidem legitimá-la, mas Berta não aceita, ela vê apenas Jão como seu pai, por isso, quando todos os membros da família Galvão vão embora, levando Miguel com eles, Berta fica em Campinas, cuidando de Inhá Tudinha, a escrava Zana que enlouqueceu ao ver Besita ser assassinada, Jão e o menino Brás, mostrando-nos o quão altruísta e boa ela é. Antes de partir Miguel implora à menina que vá com eles, ou que o deixe ficar com ela, mas Berta desiste de sua felicidade para o bem maior de todos. 

Bem, é isso pessoal! Til possui uma estória muito boa e divertida, mas não tem grandes traços distintivos em sua narrativa, mesmo assim, é um ótimo livro e deve ser lido mesmo se você não vai participar da prova da FUVEST! Vamos prestigiar a literatura clássica nacional! 

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