21 de agosto de 2015
Branca de Neve tem que morrer - Nele Neuhaus

     Nele Neuhaus, escritora alemã, conta-nos nesse livro uma história que começa instigante e muito imaginativa e torna-se por fim, uma tentativa frustrada de repetir modelos como os de Agatha Christie...

     Tobias Sartorius foi acusado de assassinar e desaparecer com os corpos de sua ex- namorada Laura e da então atual, Stephanie, apelidada de Branca de Neve, por sua semelhança física com a personagem dos irmãos Grimm. Após receber como sentença 10 anos de prisão, sem que qualquer prova fosse levava à corte, e com um apagão total do que aconteceu na fatídica noite em que as meninas sumiram, Tobias cumpre sua pena e decide voltar a cidade natal para rever seus pais.
     Chegando lá, ele percebe que tudo mudou, ele não foi o único a receber uma punição. Ao longo dos dez anos em que esteve preso, seus pais divorciaram-se, e seu padrão de vida caiu muito. A família Sartorius possuía o único restaurante da cidade, tinham uma vida excelente, Tobias era o "melhor" partido de lá: bonito, rico, inteligente, bom rapaz, e tudo isso foi tirado deles.
     Quando a mãe de Tobi sofre um atentado contra sua vida, a polícia de Berlim vai investigar. Pia e Oliver percebem que há algo muito estranho no fato de toda a cidade estar acobertando o autor do recente crime, desse modo eles iniciam uma caçada, pois Pia não acredita que Tobias seja o verdadeiro assassino das moças.
  Durante os primeiros capítulos o narrador mostra-nos diversos focos narrativos entre várias personagens, sendo as mais frequentes: Tobias, Pia, Oliver e Amelie (aliada de Tobi que possui uma semelhança assustadora com Stephanie...) Não conheço nada de departamentos policiais alemães, mas fica claro ao longo da leitura que a autora quis criticar os investigadores de seu país, pois uma pessoa foi acusada sem qualquer prova evidente, e ao longo da narrativa há policiais corruptos que tentam impedir que se descubra a verdade.
     O livro tinha tudo para ser genial, se a narrativa não começasse arrastada e terminasse em um relance, a impressão que temos é que a autora não conseguiu trabalhar as personagens, ou mesmo que esqueceu-se delas e ai, simplesmente todo mundo confessa determinado crime, alguém está no lugar certo na hora certa, enfim, a narrativa começa muito bem e termina com um clichesão horrível. Esse fato me deixou muito, muito frustrada.
    Como falei, no inicio a autora tenta trazer algo muito próximo do que já vimos com Agatha Christie, ao introduzir um crime e colocar um detetive como centro da história etc. No entanto, a autora deu muita enfase ao crime e a cidade, depois ela passa a falar da vida pessoal enfadonha de ambos os investigadores, na primeira metade do livro ela esquece totalmente de Pia e nos últimos capítulos ela pareceu lembrar-se de que a coitada tinha uma vida "relevante". 
     Como leitora, achei muito desnecessário e artificial esse foco na vida de Oliver e Pia, isso não influenciou em nada a resolução dos crimes. Sério, se essa autora pretende fazer uma série de livros com esses policiais, ela precisa modificar o estilo de sua narrativa, porque desse jeito ela só vai frustrar os leitores que tem como referência os grandes clássicos da literatura investigativa.

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